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domingo, 10 de julho de 2011

Exposição | I Am a Cliché – Ecos da Estética Punk

David Wojnarowicz: Arthur Rimbaud in New York, 1978

Com título emprestado de uma composição da banda X-Ray Spex, a exposição I Am a Cliché – Ecos da Estética Punk organizada na França, a mostra chega ao Brasil e reúne o olhar de 12 artistas sobre a transformação da imagem dentro da estética punk: Andy Warhol, Artsitein, Bruce Conner, David Lamelas, David Wojnarowicz, Dennis Morris, Destroy All Monsters, Jamie Reid, Linder, Peter Hujar, Robert Mapplethorpe, Stephen Shore, são alguns dos artistas.
 Sid Vicious  fotógrafo Dennis Morris (1977)

Ao todo são 150 obras, entre fotografias, fotocolagens, banners e instalações sobre as várias fases do movimento punk entre eles os silenciosos Screen Tests de Andy Warhol, os retratos icônicos de Patti Smith feitos por Mapplethorpe, as fotocolagens subversivas de Jamie Reid, a coleção de capas de discos de vinil de Thierry Planelle entre outras que estarão espalhados pelo segundo andar do CCBB.
"Suecatwoman", do artista Jamie Reid


A seleção dos trabalhos foi feita por Emma Lavigne, curadora de arte contemporânea do Museu Nacional de Arte Moderna Centre Culturel Georges Pompidou, na França, e a realização ficou por conta do Rencontres d’Arles, movimento conhecido pelas mostras internacionais de fotografias.

O movimento punk surgiu em um período pós-guerra e viveu o auge da guerra fria, a Europa dos anos 70 se apresentava como um cenário propício ao surgimento de movimentos com elementos contestadores aos valores aceitos pela sociedade. Não era apenas mais um estilo musical era uma rebelião contra o sistema, o modismo e todo tipo de controle, iniciando um movimento de deboche aos valores morais, sociais e políticos estampado no modo de se vestir, agir e pensar.
O movimento rompeu com os costumes e acabou se consolidando como um dos mais importantes movimentos do século 20.
Na moda as roupas rasgadas, jaquetas de couro, a profusão de rebites, a ideologia DIY (Do It Yourself), os cabelos descoloridos ou pintados de cores berrantes e o corte moicano.
Bruce Conner: Roz Makes a Giant Step for Mankind
A música e a moda foram veículos fundamentais de difusão e de formatação do movimento punk. As duas linguagens estão interligadas desde o começo. Em 1971, Vivienne Westwood e seu marido Malcolm McLaren abriram no final da Kings Road, em Londres, a loja Let It Rock, que vendia objetos e roupas do tipo rock and roll dos anos 1950, estilo que viria a inspirar o punk. Em 1972, a loja mudou de nome para Too Fast to Live, Too Young to Die e passou a vender criações de Vivienne, por ser muito ousada, a loja teve problemas com a justiça e mudou de nome novamente. Em 1975, ostentava em sua fachada um grande letreiro em plástico pink: SEX. Como um meio de publicidade Malcolm McLaren, inventa uma banda de rock: os Sex Pistols, a grande divulgadora do estilo da Sex e uma das maiores bandas da história do rock.
Por aqui, o movimento começou a despontar nos anos 80, momento em que a população lutava pela abertura política e pela liberdade de direitos; o primeiro festival brasileiro de música punk aconteceu em São Paulo no Sesc Pompéia, nos dias 27 e 28 de novembro de 1982 com o título “O começo do fim do mundo”, com bandas como a gaúcha Os Replicantes, formada por Vander Wildner, Claudio Heinz, Heron Heinz, Carlos Gerbase e Luciana Tomasi, considerada uma das percursoras do movimento nas bandas de cá.

I Am a Cliché – Ecos da Estética Punk
De 12 de julho a 2 de outubro
De terça a domingo, 9h às 21h, Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Primeiro de Março, 66- Rio de Janeiro)
Entrada franca

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